Um hábito ocorrente entre pessoas de todo o mundo é o de se medicar por conta própria, sem passar por uma avaliação médica. Assim, o risco de se automedicar está presente sempre que não houver prescrição médica para a utilização de qualquer medicamento.
A facilidade de acesso à medicação, grande parte sem controle que exija a prescrição médica, acaba viabilizando o uso por conta própria. Existem hábitos culturais e o desejo de resultados imediatos por trás da ausência de cuidados.
Quer saber mais? Continue a leitura e descubra quais são os principais riscos de se automedicar.
O que é considerado automedicação?
Em muitas situações, na quais a pessoa busca um alívio imediato para um determinado sintoma que a incomoda, por si mesma toma a iniciativa de fazer uso de uma medicação que julga ser adequada. É uma situação bastante comum, quando se trata de dores. Mesmo que a pessoa possua, por exemplo, um seguro saúde ou plano de saúde.
Mas, não se limita a elas. Assim, além das dores, especialmente as de cabeça, cólicas e dores musculares, os sintomas gripais, as infecções e até sintomas psicológicos (referentes à saúde mental) como ansiedade, estresse e insônia mobilizam a pessoa no sentido de fazer uso de uma medicação.
Repare que o indivíduo não se motiva a procurar orientação médica, mas a se automedicar, isto é, fazer uso de medicamentos por conta própria, sem a devida prescrição médica. Por vezes, a pessoa até já esteve em uma consulta médica e, na ocasião, lhe foi receitado um medicamento.
A partir de então, o paciente conclui que já sabe o que é recomendável para o seu caso. Em boa parte, no entanto, algum parente ou colega já fez uso de algum produto e recomenda o medicamento para aquilo que consideram “um caso igualzinho”.
Com o aumento da expectativa de vida, passa a existir também maiores ocorrências e, invariavelmente, quando não parece muito sério, toma-se a iniciativa de fazer uso de medicação por conta própria. Nesses casos, os riscos podem ser ainda maiores.
Automedicação, portanto, é a utilização de medicamentos por inciativa da própria pessoa, em razão de uma rápida autoavaliação da condição de saúde em que se encontra. Como se viu, às vezes essa avaliação é de um colega ou membro da família sem qualquer habilitação para esse fim.
Quais os tipos de uso irracional de medicamentos?
Utilizar-se de medicação para se tratar de qualquer distúrbio, sem a devida prescrição médica, costuma ser considerado uso irracional de medicamento. Da mesma forma, alterar a dosagem ou a apresentação utilizada e, ainda pior, utilizar medicamentos contraindicados para o caso completam o quadro.
Essa prática se desenvolve por meio de iniciativas da população, nas rotinas do dia a dia, nos pequenos acidentes domésticos, mas sempre com vistas a respostas imediatas, como estas a seguir, entre outras:
- utilização, mesmo diante de ausência de prescrição médica para o medicamento;
- polimedicação (uso abusivo de medicamentos);
- utilização incorreta de antibióticos (não indicados para o caso ou em dosagem irregular);
- emprego excessivo de medicação injetável em lugar de outras formas mais adequadas;
- utilização de medicamentos contraindicados para as condições da pessoa.
É preciso levar em conta que a facilidade de acesso a muitos tipos de “remédios” viabiliza a sua obtenção e acaba influenciando sua utilização. É o que ocorre com medicamentos com princípios ativos, entre outros:
- analgésicos;
- antissépticos;
- antidiarreicos;
- laxantes;
- antiácidos;
- descongestionantes.
Por essa razão, sua presença em boa parte dos lares brasileiros e, até mesmo, na bolsa ou nécessaire de muita gente, é facilmente identificada. Desse modo, seu emprego se torna ainda mais frequente pela disponibilidade imediata totalmente facilitada. Há necessidade de se incentivar uma mudança de hábitos para alterar essa realidade.
Quais são os riscos de se automedicar?
A utilização indevida de medicamentos pode resultar em uma série de danos ao próprio organismo direta e indiretamente. Além disso, pode afetar a gestão da saúde do indivíduo e até da comunidade.
Nesse sentido, veja a seguir como a automedicação produz seus efeitos e conheça os principais riscos a que as pessoas envolvidas podem se submeter. Acompanhe!
Diagnóstico incorreto
A utilização de medicamento por conta própria pode mascarar os sintomas de algum distúrbio presente, assim como afetar os resultados dos exames realizados. A consequência dessa situação é a possível interferência no diagnóstico do quadro de saúde da pessoa quando avaliada por um médico, uma vez que a realidade está cheia de interferências desconhecidas.
Agravamento da situação
Quando fez o diagnóstico, o médico pode ter sido induzido a erro em razão do uso irracional de medicamento, porventura não informado e, desse modo, o distúrbio de fato existente e mascarado pela medicação equivocada não será tratado. O resultado pode ser o seu agravamento com danos à saúde do paciente e, no mínimo, atraso no tratamento.
Efeitos secundários
Os chamados efeitos colaterais de medicamento utilizado por conta da pessoa pode, além de trazer danos à saúde, apontar falsos sintomas. Dessa forma, também o diagnóstico, mais uma vez, pode ser comprometido com sinais e sintomas que não são de uma doença, mas efeitos da medicação.
Intoxicações
Alguns medicamentos possuem efeito tóxico sobre o organismo, de intolerância ou de alergia, por vezes exigindo sua utilização acompanhada de outro medicamento para proteção contra esse efeito. Na automedicação, quase sempre o indivíduo desconhece a necessidade dessa proteção concomitante e se intoxica.
Desenvolvimento de resistência
A resistência desenvolvida no organismo pelo uso indiscriminado de medicamentos pode ser referente aos microrganismos causadores de doenças ou a células tumorais em desenvolvimento. Assim, tanto uns, como outras, podem se beneficiar da prática irregular e impedir o tratamento.
Interação medicamentosa
Alguns medicamentos não podem ser utilizados em conjunto com outros porque isso pode resultar em danos como inibição do efeito de um ou de ambos. Por outro lado, também podem interagir potencializando a ação e, assim o que seria terapêutico passa a ser perigoso.
Além desses riscos à saúde e ao tratamento, a automedicação também pode significar uma perda significativa de recursos. Estes, por sua vez, poderiam ser utilizados para tratar adequadamente outras pessoas.
Durante a pandemia de COVID-19, por exemplo, alguns medicamentos desapareceram das prateleiras das farmácias, não por indicação médica, mas em razão da exagerada automedicação observada. Especialmente, porque não se dispunha de informação adequada para o tratamento.
Como você pôde ver, os riscos de se automedicar são muitos e não devem ser desconsiderados, pois, são todos de grande importância pelos efeitos que podem promover. A consulta com o profissional médico deve ser esclarecedora e orientadora para que tenha o tratamento adequado.
Gostou deste post? Já teve experiências com automedicação? Registre aqui o seu comentário, pois, será útil para outros interessados em saúde como você.