Apesar de muitas pessoas pensarem que a queima de equipamentos domésticos durante a queda de raios é uma ideia antiquada ou mito, é preciso saber que esse risco realmente existe!
Se um raio atingir a rede elétrica nos arredores de onde você mora, pode ser que ele percorra a fiação até sua residência. Caso não haja nenhuma proteção, o surto elétrico pode queimar os aparelhos ligados na tomada.
Para ajudar você a evitar danos desse tipo, separamos algumas dicas de como impedir que a queda de raios queime seus dispositivos. Além disso, veremos que medidas você pode tomar caso não tenha sido possível prevenir um contratempo nesse sentido. Acompanhe!
Queda de raios: como proteger seus equipamentos?
Vamos começar com uma informação alarmante: o Brasil é líder mundial em queda de raios. São 50 milhões deles por ano, com incidência de 90% na primavera e no verão! Logo, é fundamental que você proteja seus aparelhos com soluções eficazes contra esses fenômenos. Confira, abaixo, 3 dicas de como fazer isso.
1. Retire os aparelhos da tomada quando houver queda de raios
Essa é a solução mais simples contra a queima de equipamentos durante uma tempestade. Se você perceber a ocorrência de relâmpagos e não souber se sua casa ou apartamento tem algum tipo de proteção elétrica contra raios, retirar os eletrônicos da tomada é a melhor opção.
Como explicamos, a descarga elétrica que um raio provoca pode atingir a rede elétrica e chegar à fiação da sua casa. Fora da tomada, os aparelhos estarão protegidos, então basta aguardar até que o temporal passe.
Vale lembrar que as redes de telefone, televisão e internet também conduzem energia elétrica. Por isso, nesses casos, lembre-se de desconectar aparelhos como o telefone fixo, o modem e o decodificador do sinal de TV dessas linhas.
2. Instale dispositivo de proteção contra surtos (DPS) de uso geral
Os DPSs são equipamentos que visam proteger a rede elétrica e os eletroeletrônicos contra variações de tensão e raios. Eles detectam a anomalia na rede e desviam esse pulso para que seja descarregado por meio do sistema de aterramento. Por isso, se você apostar nessa categoria de proteção, não há a necessidade de retirar seus aparelhos da tomada durante uma tempestade.
Os DPSs de uso geral devem ser instalados no quadro de distribuição da casa e têm o aspecto parecido com o de um disjuntor. O número necessário de DPSs varia de residência para residência, então é essencial que você entre em contato com um eletricista para fazer uma instalação adequada e segura.
Também há diversas especificações de DPS e, por isso, o preço desses aparelhos varia de R$ 50 a até mais de R$ 300.
3. Utilize DPS de uso individual
Outra opção é instalar DPS de uso individual (ou portátil) para proteger seus equipamentos. Apesar de serem portáteis, eles também são capazes de preservar geladeiras e freezers, e não apenas notebooks, TVs, computadores etc.
Esses dispositivos são mais simples de instalar que os de uso geral. Basta colocar um deles na tomada, plugar um aparelho no DPS e verificar se a proteção está ativada — em geral, um LED indica que o DPS está em funcionamento.
A maior desvantagem aqui é que você precisará usar um DPS para todo aparelho que deseja proteger. Cada um custa em torno de R$ 50.
4. Contrate um seguro com proteção contra danos elétricos
Existem duas formas pelas quais a queda de um raio pode provocar danos patrimoniais: quando o raio cai no terreno do imóvel segurado e quando, ainda que caindo fora (às vezes, distante), seu efeito elétrico alcança a residência.
No primeiro caso, a cobertura básica de um seguro residencial contempla essa modalidade, agregada a outras. Assim, a apólice básica protege contra incêndio, explosão e queda de raio no âmbito da área do imóvel segurado.
No caso de queda de raio fora do imóvel, pode ocorrer de a descarga elétrica percorrer a rede e provocar danos em equipamentos e aparelhos elétricos e eletrônicos. Nesse caso, a cobertura para proteção é complementar, isto é, deve ser incluída, somando-se às coberturas básicas, ampliando o alcance do seguro.
5. Realize o aterramento da rede elétrica
Essencialmente, um aterramento é uma instalação que faz com que uma grande descarga elétrica seja desviada para o subsolo a fim de reduzir danos nos aparelhos e equipamentos ligados à rede. Em geral, consiste de uma longa barra de cobre enterrada verticalmente da qual parte um cabo para onde afluem todos os chamados fios-terra.
Um aterramento eficiente precisa ser calculado por um eletricista levando-se em conta também as cargas utilizadas na rede da residência ou da empresa. Assim, a espessura e o comprimento da barra de cobre podem variar, de modo que as instalações podem ser diferentes de um local para outro.
Além do aterramento, é recomendável aliar um dispositivo de proteção contra surtos elétricos (o DPS referido anteriormente) para proteção especialmente de aparelhos mais sensíveis. Assim, o DPS se constitui em excelente complemento para o aterramento.
No entanto, o aterramento precisa ser efetivamente utilizado internamente na instalação das tomadas. Para isso, o padrão nacional possui 3 pinos: o terceiro (o do meio) é para funcionar como fio terra da instalação.
6. Tenha uma instalação elétrica predial adequada
Uma instalação elétrica predial bem planejada, em razão das demandas de consumo, é o primeiro passo para a segurança. Uma situação de equilíbrio com as bitolas dos fios de seção adequado às necessidades e circuitos individualizados para os equipamentos de maior potência são indispensáveis.
Considere que a descarga oriunda de um raio, ainda que ocorra relativamente distante, é suficientemente forte para colocar em risco os equipamentos e toda a rede local. Assim, não se pode operar no limite da capacidade de uma instalação porque sempre haverá a possibilidade de uma descarga maior aparecer.
Portanto, uma revisão nas instalações elétricas existentes e sua adequação nos aspectos em que for necessária precisa ser considerada. A segurança das pessoas e do patrimônio depende desses cuidados e não deve ser negligenciada.
Leve em conta também os hábitos que eliminam a segurança de uma boa instalação, por exemplo, o uso de adaptadores do tipo “benjamim”. Ao ligar diversos equipamentos em uma mesma tomada pode-se provocar uma sobrecarga na capacidade do material que se aquece a ponto de originar incêndios.
O que não protege seus equipamentos contra raios?
É importante destacar que certos dispositivos não protegem os eletroeletrônicos contra raios. Filtros de linha, estabilizadores e no-breaks, por exemplo, têm finalidades distintas, mas nenhum deles oferece proteção contra surto elétrico causado por raio.
O mesmo vale para os para-raios. Eles representam uma proteção contra descargas elétricas para pessoas e construções, mas não são capazes de manter a rede elétrica a salvo.
O que fazer quando um aparelho queima?
Há inúmeros problemas elétricos que podem fazer com que um aparelho queime. Se isso acontecer em virtude de picos de energia de responsabilidade da concessionária, você tem direito ao ressarcimento.
Ou seja, se você teve algum equipamento queimado após uma oscilação de tensão, por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) você pode enviar uma reclamação diretamente à distribuidora de energia. O consumidor tem até 90 dias a partir do dia em que ocorreu a queima para fazer essa solicitação.
Depois, a concessionária tem até 10 dias corridos para verificar o item. O equipamento não deve ser consertado até que aconteça essa inspeção.
Em seguida, a distribuidora tem até 15 dias corridos para dar o resultado sobre o pedido de ressarcimento. Se aceito, ela terá até 20 dias corridos para realizar o pagamento em dinheiro do valor do dispositivo danificado, providenciar um conserto ou fazer a substituição do aparelho em questão.
Vale a pena fazer um seguro contra danos elétricos?
Ainda que você proteja a rede elétrica da sua casa contra surtos provenientes de raios, há outros fatores que podem causar curtos-circuitos ou outros danos elétricos. Por isso, se você tiver muitos eletroeletrônicos ou dispositivos eletrônicos de valor na sua residência, pode ser uma boa ideia fazer um seguro residencial ou algo mais específico, como um seguro para portáteis.
A cobertura básica do seguro residencial usualmente cobre danos causados por incêndio, raio, explosão ou tumulto, mas a proteção contra danos elétricos pode exigir uma cobertura adicional. Em geral, representa um pequeno aumento no valor total do seguro, então é um que certamente vale a pena.
Já o seguro para portáteis protege equipamentos específicos, como o smartphone, tablet, notebook, câmera, entre outros. Além da cobertura contra danos elétricos, seus gadgets ficam protegidos contra roubo, furto, danos físicos e danos por água ou líquido. É uma excelente alternativa para você ficar tranquilo quanto à segurança de aparelhos tão importantes para seu dia a dia.
Seguindo todas essas orientações, seu patrimônio estará resguardado e uma tempestade não será mais motivo de preocupação para você e sua família. Assim, todos em casa podem usufruir dos equipamentos durante a queda de raios, sem precisar tirá-los da tomada e esperar pacientemente até o fim das descargas elétricas.
Se você gostou deste post, assine nossa newsletter e esteja sempre por dentro de tudo o que você precisa para a proteção de sua residência e de sua empresa.