Leishmaniose visceral ou calazar é uma doença infecciosa que atinge cães e pessoas. Entre humanos, sua ocorrência vem sendo reduzida, mas, quando se trata de leishmaniose em cães, o número de casos ainda tem crescido.
Causada por microrganismos transmitidos por picada de mosquitos, essa é uma doença que não tem cura e que precisa de iniciativas de prevenção. Sem essas medidas, pessoas e animais ficam suscetíveis ao adoecimento.
Quer saber mais sobre o tema? Continue a leitura e descubra como proteger seu animalzinho da leishmaniose!
O que é leishmaniose?
A leishmaniose visceral canina é uma doença provocada por um protozoário de nome Leishmania infantum chagasi. Esse microrganismo é transmitido ao cachorro pela picada de um pequeno mosquito conhecido por birigui ou mosquito-palha.
Desse modo, trata-se de uma doença vetorial, o que significa que precisa de um vetor para ser transmitida. Nesse caso, o vetor é o mosquito e, por essa razão, não há transmissão de um animal para outro, mas sempre pela picada de um mosquito infectado com o protozoário.
É importante saber que a leishmaniose é uma zoonose, isto é, uma doença animal que pode ser transmitida para o ser humano. A transmissão se dá do mesmo modo: pela picada do mosquito-palha infectado.
A leishmaniose visceral canina provoca feridas nas pontas das orelhas e do focinho, além de febre, sangramento nasal ou oral e apatia, entre outros sintomas. É uma doença que não tem cura parasitológica, isto é, não se consegue eliminar todos os parasitas do organismo animal.
Por sua vez, um animal acometido pela doença deve ser tratado em tempo hábil ou haverá grandes chances de se chegar a um resultado fatal. Nesse sentido, como não há cura definitiva, o tratamento deve ser continuado por toda a vida.
A leishmaniose em cães pode ser prevenida, mas, pensando na possibilidade e gravidade da doença, que tal considerar um plano de saúde para o seu bichinho?
Como tem sido sua dispersão no Brasil?
Anteriormente concentrada nos estados do Norte do Brasil (até os anos 1980, a leishmaniose estava restrita às áreas rurais), a doença espalhou-se, sobretudo em razão das correntes migratórias do campo para as cidades. Desse modo, alcançou os grandes centros urbanos, onde antes não ocorria de modo endêmico.
Além da migração, as intervenções no meio ambiente também têm sua influência nessa dispersão. Assim, os desmatamentos e as grandes obras com supressão de vegetação nativa promovem o deslocamento de animais silvestres naturalmente contaminados e seu contato com as comunidades humanas.
No meio urbano, cães infectados muitas vezes não manifestam a doença, mas funcionam como reservatórios. Dessa forma, mosquitos se contaminam com o protozoário ao picar esses animais, podendo, em seguida, transmitir a doença para outros cães e para pessoas.
Com as mudanças de um bairro para outro, ou mesmo de cidade, as pessoas costumam levar seus cães. Nesses casos, se o animal estiver contaminado, pode passar a contribuir para a maior dispersão da doença aonde for.
Quais os tipos de vacinas disponíveis?
A leishmaniose é um problema de saúde pública. Até pouco tempo atrás, o sacrifício dos animais contaminados era uma prática comum. No entanto, não se mostrava uma estratégia adequada e eficiente para resolver a disseminação da doença.
Uma das formas encontradas, mas ainda dependente de confirmação definitiva, é a vacinação dos animais. No Brasil, existe apenas um tipo de vacina aprovado pelo Ministério da Saúde (MS) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso nos cães.
Essa vacina apresenta uma eficiência da ordem de 92 a 96%. Vale lembrar, no entanto, que a infecção se dá pela picada do mosquito. Sendo assim, a vacina não a impede, tendo como objetivo apenas fornecer meios para o organismo do animal reagir quando contaminado.
Como se faz a prevenção humana?
Nas áreas de sua ocorrência, a prevenção humana contra a leishmaniose deve ser baseada principalmente em impedir o contato com o mosquito. Assim, deve-se evitar a exposição de pessoas nos horários do crepúsculo e da noite.
Além disso, é recomendável o uso de telas mosquiteiras de malha fina nas portas e janelas das casas para evitar o ingresso dos insetos no ambiente doméstico. Do mesmo modo, o uso de mosquiteiros nos berços e camas é uma boa prática e deve ser adotada.
Ainda, em regiões onde o mosquito é comumente encontrado, também é recomendável a utilização de repelentes, principalmente quando for necessário se expor à noite. Todas as medidas anteriores devem incluir também o cuidado preventivo com os cães da residência.
Como proteger os cães?
A proteção principal consiste em impedir o acesso do mosquito aos animais, evitando que eles sejam picados. Assim, toda atenção deve ser dada para eliminar quaisquer condições que atraiam o mosquito vetor e, além disso, impedir que ele alcance o cachorro.
O cuidado com o seu cãozinho começa com uma manutenção adequada do ambiente onde ele passa a maior parte do tempo. Assim, limpeza e higiene são essenciais nos quintais, jardins e corredores externos por onde o animal se desloca, brinca e descansa.
No entanto, considere que a melhor e mais importante forma de prevenção contra a leishmaniose visceral canina é a utilização de coleira contra o mosquito. O material de que são constituídas essas coleiras é impregnado com princípios ativos (repelente e inseticida) que garantem efetiva proteção para os cães.
Por sua vez, todo cão deve utilizar as coleiras contra o mosquito-palha, mesmo aqueles que já tenham sido vacinados. Havendo diversos animais em um mesmo imóvel, todos precisam fazer uso da coleira, inclusive filhotes a partir de 7 semanas de idade.
Além disso, é importante ressaltar que a utilização da coleira contra o mosquito da leishmaniose deve ser contínua e ininterrupta. Para esse fim, controle o prazo de validade do efeito residual dos princípios ativos e troque a coleira na época indicada pela validade do produto.
Por fim, vale reforçar que a leishmaniose em cães pode ser evitada com os cuidados devidos e principalmente com a utilização de coleira repelente e inseticida.
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