Um negócio é bom de verdade quando as contas fecham para todos os envolvidos. É por isso que muitas empresas têm na inadimplência uma grande fonte de risco e preocupação, pois a ausência prolongada ou generalizada de pagamento pode representar o fim do empreendimento.
No setor de seguros, em que fazer os cálculos corretamente é vital como em nenhum outro, não poderia ser diferente. As empresas se previnem nos contratos e buscam garantir, muitas vezes até judicialmente, o valor que não foi pago.
No entanto, é consenso que a maioria das pessoas não entra em inadimplência porque assim o deseja, especialmente quando se trata de produtos que garantem a proteção da sua vida, saúde e bens.
Normalmente, o que ocorre é uma dificuldade localizada que, somada ao desconhecimento dos termos do contrato, acaba por gerar uma grande dor de cabeça para a seguradora e para o usuário.
Neste post, vamos dar algumas dicas importantes para evitar ser considerado inadimplente ou, se isso acontecer, quais são as consequências e que providências pode tomar. Acompanhe!
O que acontece quando o seguro não é pago?
Para entender as consequências da falta de pagamento do seu seguro, é preciso levar em conta duas variáveis: o tipo do contrato e em qual momento as mensalidades deixaram de ser pagas.
Por tipo, nos referimos ao objeto e à modalidade de seu seguro. Um seguro de automóveis, por exemplo, lida com a falta de pagamento de maneira diferente de um seguro de vida ou para transporte de cargas. Quando o que você contrata é uma proteção por tempo determinado, ao deixar de pagar suas mensalidades, significa que esse tempo será reduzido proporcionalmente.
Porém, ao contratar o seguro para um serviço ou situação específica, como a do transporte de cargas, se você não pagar, além de perder a cobertura, outras consequências podem ocorrer, como o registro nos órgãos de proteção ao crédito (por exemplo, SPC e Serasa).
Avalie com atenção o seu contrato e saiba, com certeza, em qual caso o seguro que você contratou se encaixa. Dessa forma, em uma eventual inadimplência, você terá conhecimento do que pode acontecer e como lidar com a situação.
Inadimplência na primeira prestação
A parcela inicial do seu contrato tem uma condição particular no processo de contratação de um seguro: é o pagamento dela que dá início, oficialmente, à relação comercial. Por isso, se essa primeira mensalidade não for paga dentro do prazo estipulado, a proposta é recusada e a proteção nem começa a existir.
Por isso, tornou-se uma prática do mercado que essa parcela seja liquidada logo na ocasião de fechamento do contrato, para o processo seguir normalmente e a proteção ter início no prazo negociado.
Em seguros de carros e outros bens, o não pagamento da primeira parcela pode colocar tudo a perder, pois faz o processo voltar para estaca zero. Ou seja, para confirmar o acordo de proteção, é necessário uma nova negociação, refazer as vistorias e outras etapas.
Portanto, negligenciar esse primeiro pagamento, além de deixar o objeto a ser segurado desprotegido, pode resultar em perda de condições financeiras vantajosas e de tempo. Nesses casos, não há possibilidade de ressarcimento.
Falta de pagamento da segunda prestação em diante
Atrasos que ocorrem a partir da segunda parcela são tratados de maneira diferente. Nesses casos, o contrato prevê um período automático para o pagamento, com cobrança de juros, ou até mesmo negociação, de acordo com a política de cada seguradora.
Na maioria dos casos, a falta desse pagamento resulta em cancelamento sem restituição dos valores pagos anteriormente. Eventualmente, os contratos de alguns tipos de seguro implicam cobrança dos atrasos e juros.
Em quaisquer dessas situações, é obrigatório que a seguradora notifique o cliente da existência do atraso e quais são as providências necessárias para quitá-lo.
Como Fugir da Inadimplência em Seguros?
A resposta óbvia seria “mantenha seus pagamentos em dia”, mas isso é pouco. A verdade é que, para evitar problemas com a quitação do seu seguro, o ideal é que o usuário seja organizado e se previna antes da situação se tornar incontrolável, por meio de um planejamento financeiro.
Em algumas situações, quando o pagamento é por meio de débito em conta ou cartão de crédito, pode ocorrer algum problema no processo de quitação. A troca de cartão — por perda ou extravio — ou limite insuficiente em conta podem gerar uma situação de inadimplência que passa despercebida pelo segurado e prejudica sua cobertura de seguro.
Se a pendência for pontual e transitória, como nesse exemplo, solicite rapidamente a reativação da cobertura e uma nova condição de pagamento.
No entanto, pode acontecer de a sua situação ser crônica e a inadimplência tender a aumentar. Nesse caso, a melhor opção é procurar a corretora e negociar. Podem existir planos mais em conta ou, ainda que seja realmente impossível manter o acordo, é melhor encerrar o contrato de forma negociada do que por falta de pagamento. Nesse último caso, você perde a cobertura do mesmo jeito e ainda fica com a dívida.
Parar de pagar como uma forma de renunciar ao seguro também tem outra implicação: eventualmente, você poderia fazer jus a algum ressarcimento, mas isso só ocorre se o distrato é feito oficialmente.
Outra consequência desagradável da inadimplência é que a falta de pagamento de hoje pode resultar em maior dificuldade para contratar seguros futuramente. Essa variável é uma das que as seguradoras levam em conta ao fazer a análise de risco de um determinado cliente e eventualmente recusar a proposta.
Vale a pena lembrar que, no caso específico de parcelar um seguro que tenha validade por prazo determinado, se você deixar de pagar apenas uma parte das prestações, terá direito à cobertura por tempo proporcional ao total do valor pago, isto é, nada se perde.
A atenção com a inadimplência em seguros garante que o segurado não perderá os benefícios do acordo, tampouco ficará em inadimplência. Por isso, é imprescindível manter as contas equilibradas e os valores do contrato compatíveis com a sua renda.
Agora que você tem mais informações sobre os problemas que a inadimplência pode trazer, que tal ficar por dentro também de outros temas relacionados ao mercado de seguros? Basta assinar a nossa newsletter e receba conteúdos na sua caixa de e-mails!