Com o passar do tempo, parte do patrimônio, sobretudo dos equipamentos de produção, se desvaloriza, e esse fato deve ser acompanhado anualmente pelo responsável por sua gestão. É o que se chama de depreciação de máquinas e equipamentos.
Existem maneiras de calcular essa desvalorização, além de ferramentas que facilitam os cálculos. Continue a leitura e descubra como funciona a depreciação de máquinas e equipamentos na empresa.
O que é a depreciação de máquinas e equipamentos?
Quando a empresa adquire uma máquina ou equipamento, esse bem possui um valor de mercado. A partir da hora em que chega à empresa, tem início um processo de redução desse valor, independentemente do equipamento ser utilizado ou não.
É certo que a desvalorização é maior quando a máquina ou o equipamento são utilizados. No entanto, a perda de valor não se dá apenas pelo uso ou desgaste do bem, mas também porque o modelo vai ficando ultrapassado diante de novas versões lançadas no mercado, como ocorre com a frota de veículos, que envelhece.
A depreciação de uma máquina ou um equipamento é justamente essa perda de valor que ocorre com o passar do tempo. Trata-se de um conceito muito utilizado na contabilidade e de grande importância na gestão e atualização do patrimônio de uma empresa.
Como um componente contábil, a depreciação é empregada nos bens considerados ativos permanentes da empresa. Estes são constituídos exatamente por máquinas e equipamentos, além dos veículos e imóveis, entre outros.
Como funciona a depreciação?
Como se viu, existem duas formas de se processar a depreciação de uma máquina ou de um equipamento: o desgaste e a obsolescência. Veja com mais detalhes a seguir:
- desgaste de máquina ou equipamento: a perda de valor se dá à medida que o bem é utilizado, isto é, quanto mais for usado, maior será o desgaste;
- obsolescência de máquina ou equipamento: a perda de valor resulta da defasagem tecnológica em que o bem vai se situando, condição que independe de sua utilização.
A obsolescência de máquinas e equipamentos pode ocorrer por 3 razões diferentes:
- econômica: mudanças legais de oferta e procura;
- física: ocorrência de danos físicos;
- operacional: surgimento de novos equipamentos com vantagens adicionais.
Nos registros e análises da contabilidade, a depreciação aparece como um percentual do valor do bem. Esse percentual é aplicado periodicamente (depreciação anual, por exemplo) na forma de um desconto do valor do bem em função de sua expectativa de vida útil.
Quando a depreciação se refere a um bem utilizado diretamente na produção da empresa, como máquinas e equipamentos, é registrada como custo. Se o bem não é empregado na produção, sua depreciação é tratada como despesa.
Por que acompanhar a depreciação de máquinas e equipamentos?
Realizar uma correta depreciação de máquinas e equipamentos é determinar a taxa de depreciação (um valor percentual, como dito antes) capaz de refletir a vida útil econômica desses bens. Prestar atenção a esses componentes dos processos produtivos é indispensável para garantir o controle sobre finanças e riscos.
Além disso, o registro correto da depreciação tem efeito direto sobre o cálculo de impostos, uma vez que seu valor é descontado do lucro líquido da empresa. Desse modo, os impostos a pagar serão menores.
Um exemplo desse efeito é a depreciação que ocorre sobre os veículos. Quanto mais antigo, vale dizer, quanto mais depreciado pela idade, menor será, por exemplo, o valor do seguro sobre Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre — ou simplesmente DPVAT, como é mais conhecido.
Qual a relação entre depreciação e seguro?
A empresa faz o seguro de uma máquina, por exemplo. Cerca de 3 anos depois, a seguradora é acionada em função de um sinistro ocorrido. Nesse caso, a indenização da máquina por acaso perdida não será no mesmo valor do momento da contratação do seguro.
Isso ocorre porque durante esse período houve depreciação da máquina, que agora está com um valor menor. Assim, a seguradora atualiza esse valor do bem (a menor) em razão da redução promovida pela depreciação aplicada ao valor inicial da contratação.
Desconsiderar esse aspecto construiria uma vantagem ilícita para o segurado. Por essa razão, a legislação considera que o benefício do seguro não pode ser um instrumento de enriquecimento, mas de reposição de um bem perdido e no valor que tinha no momento do sinistro.
Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos?
O cálculo da depreciação de máquinas e equipamentos quase sempre é feito por meio de planilhas próprias para esse fim, uma vez que facilitam muito o trabalho. Além disso, conseguem projetar os novos valores para todos os anos da vida útil do bem. Porém, é preciso saber o que a planilha está fazendo, embora sejam cálculos bem simples. Acompanhe a explicação a seguir.
Primeiramente, é importante saber que existem dois tipos de cálculos que podem ser realizados. Essas duas formas de calcular são chamadas de depreciação linear e depreciação acelerada.
Ambas adotam os parâmetros de prazo de vida útil e taxa anual de depreciação fornecidos pela Receita Federal do Brasil (RFB), por meio do Anexo III, de sua Instrução Normativa RFB 1700, de 14 de março de 2017. Para máquinas e equipamentos, a vida útil fornecida pela tabela é de 10 anos e a taxa anual de depreciação é de 10%.
Depreciação linear
A depreciação linear apresenta cálculos mais simples e considera que ao longo de sua vida útil, a máquina ou equipamento sofre a mesma depreciação todos os anos. Por essa razão, é chamada de linear. Não é o método mais utilizado.
Para o cálculo da depreciação linear, basta dividir o valor do bem pelo seu período de vida útil. Assim, por exemplo, um equipamento que custa R$ 80.000,00 terá uma depreciação anual de R$ 8.000,00:
R$ 80.000,00 / 10 anos = R$ 8.000,00 por ano
Dessa forma, transcorrido o primeiro ano, o valor do equipamento passará de R$ 80.000,00 para R$ 72.000,00 (R$80.000,00 – R$ 8.000,00); após o segundo ano, valerá R$ 64.000,00 (R$ 72.000,00 – R$ 8.000,00); e assim sucessivamente. Pelo método linear, a depreciação leva a zero o valor do bem ao final do prazo de sua vida útil.
Depreciação acelerada
Esse método é um pouco mais elaborado, porque leva em conta que manutenção e cuidados adequados não permitiriam que chegasse a zero o valor do equipamento após transcorrida sua vida útil teórica.
Primeiro, calcula-se um denominador somando os números de cada ano de vida útil. Como são 10, segundo a tabela da RFB, fica assim: 1+2+3+4+5+6+7+8+9+10 = 55.
Em seguida, para cada número do ano a ser calculada a depreciação, divide-se por 55:
- Ano 1 = 1/55;
- Ano 2 = 2/55;
- Ano 3 = 3/55,
- até o último: ano 10 = 10/55.
Finalmente, multiplica-se a fração correspondente ao ano pelo valor original do bem. Desse modo, para o mesmo exemplo adotado anteriormente (bem no valor de R$ 80.000,00), as respectivas depreciações anuais seriam (em valores aproximados):
- Ano 1: 1/55 x R$ 80.000,00 = R$ 1.454,00; depois do primeiro ano, valerá R$ 78.456,00;
- Ano 2: 2/55 x R$ 80.000,00 = R$ 2.908,00; depois do segundo ano, valerá R$ 77.092,00;
- Ano 3: 3/55 x R$ 80.000,00 = R$ 4.363,00; depois do terceiro ano, valerá R$ 75.637,00.
Como se vê, o cálculo da depreciação de máquinas e equipamentos permite uma avaliação mais real do patrimônio e a adoção das recomendações da Receita Federal.
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