É inevitável. Por maior que seja sua experiência em viagens, se você não tem um poderoso passaporte europeu ou americano, o frio na barriga na hora de passar na imigração é garantido. Afinal, todo mundo já ouviu alguma história de burocracia, preconceito ou puro nonsense ocorrida em algum aeroporto ou posto de alfândega pelo mundo.
Neste artigo, vamos elencar 6 dicas para tornar esse momento mais tranquilo, organizado e com menos chances de sair algo errado.
No entanto, antes de qualquer coisa, é fundamental que você entenda que o poder do agente da imigração é discricionário, ou seja, quem manda é ele. Por isso, desde a primeira abordagem, é uma boa estratégia evitar criar resistências. E isso nos leva à primeira dica…
1. Evite bancar o “diferentão” nas viagens
Acredite, você está sendo observado! A seleção das pessoas que vão passar por um processo mais severo de esquadrinhamento é feita por amostragem e segue um protocolo, mas claro que há valores pessoais e culturais em jogo também. Então, se você optou por usar roupas chamativas, está despertando atenção ao falar em voz alta na fila ou achou legal fazer piadinhas sobre terrorismo, a sua chance aumenta muito.
Parta do princípio de que o funcionário da imigração, se estiver de mau humor ou for naturalmente implicante, pode encrencar com qualquer coisa. Dar mais motivos não é uma boa ideia. Lembre-se de que é preciso pensar com a cabeça de quem está procurando qualquer coisa para reclamar ou suspeitar.
2. Tenha documentos e comprovantes sempre à mão
Poucas coisas passam mais segurança ao fiscal da imigração do que ter todos os documentos à mão, devidamente impressos ou facilmente localizáveis no seu celular. Levar uma pastinha, preferencialmente transparente, com tudo organizado, pode ser uma boa.
Na hora em que chegar ao guichê, é importante que você tenha pelo menos os seguintes documentos (além do passaporte, é claro!) para apresentar sem demora:
- passagens: tenha o comprovante de sua passagem de volta. Se for se deslocar pelo país ou, no caso da Europa, pelo Espaço Schengen, é legal mostrar os bilhetes, caso já os tenha comprado. Se ainda não adquiriu, tenha na ponta da língua para onde tem a intenção de ir e como pretende chegar lá;
- hospedagem: outra informação vital! Tenha para mostrar a reserva do hotel onde vai se hospedar. Se for ficar na casa de parentes ou amigos, tenha a carta convite assinada por essa pessoa;
- seguro de viagem: para viajar para a Europa ou Estados Unidos, pode ser obrigatório fazer um seguro para viagem. Talvez não peçam, mas, se fizerem isso e você não tiver o comprovante para mostrar, será enviado de volta. Caso o país exija algum certificado de vacinação pra brasileiros, tenha isso também;
- capacidade financeira: você pode ser questionado sobre como pretende se sustentar durante a viagem e sobre a sua condição financeira, de forma geral. Por isso, tenha em mãos cartões, extratos, carteira de trabalho e outros documentos que mostrem seus vínculos profissionais com o Brasil e sua vida financeira.
3. Não leve para o lado pessoal
Sim. Durante a conversa com o agente da imigração, você está sendo julgado, não vamos nos enganar. Por outro lado, as perguntas, muitas vezes indiscretas e agressivas, fazem parte de um procedimento. Não ache que o funcionário está, excepcionalmente, pegando mais pesado com você do que com os outros.
Começar a achar que há alguma coisa de pessoal contra você ou se aborrecer com a natureza das perguntas, certamente vai perturbar o seu julgamento em um momento em que você precisa de calma e bom senso. Isso nos leva à próxima dica…
4. Não fique nervoso
Um dos indícios mais procurados e facilmente identificáveis pelos funcionários da alfândega é o nervosismo. Então, pessoas tensas, com dificuldade de olhar nos olhos ou muito ansiosas acabam sendo notadas. Tente relaxar e, novamente, não dar motivos para receber uma “atenção especial”.
Pode parecer bobagem, mas a chamada que você tomou do guarda na fila por estar usando o celular para fazer fotos (procedimento totalmente proibido) pode acabar fazendo com que fique nervoso e inseguro na hora de conversar com o fiscal. Claro que isso varia de pessoa para pessoa, mas procure não subestimar a situação.
Por mais tranquila que a pessoa seja, naquela interação com o funcionário da imigração estão envolvidos uma boa quantidade de dinheiro investida, um planejamento que pode ir por água abaixo e, algumas vezes, o sonho de uma vida inteira. Então, preocupar-se é regra, não exceção.
Se não souber falar bem o idioma do funcionário, pergunte se ele pode falar em outro que você conheça melhor. Em caso de necessidade, eles contam com intérpretes, se não em português, pelo menos em espanhol, o que pode facilitar a comunicação e evitar mal-entendidos.
5. Nunca minta
Outro procedimento que pode levar tudo por água abaixo é mentir ou omitir informações. Procure ser claro e falar a verdade sobre a sua viagem. Na entrevista de entrada, os funcionários fazem perguntas que buscam identificar contradições nas informações prestadas. Caso algum furo seja encontrado, normalmente, a “condenação” vem rapidamente e sem apelação.
A mentira contada quebra um princípio importante nessas sociedades: o da confiança. Eles partem do princípio que, se você está ali mentindo para uma autoridade, pode fazer coisa pior.
6. Conheça seus direitos
Se alguma coisa sair muito errada, você pode ser convidado a ir a uma sala particular para uma entrevista mais aprofundada, revista de bagagens etc. Nesse caso, além de manter a calma, é fundamental que conheça os procedimentos e os seus direitos.
Caso você seja, de fato, barrado, tem direito a saber os motivos alegados para isso e a telefonar para o consulado brasileiro no país. Outra opção é entrar em contato com o Núcleo de Assistência aos Brasileiros, que tem sede em Brasília, no Ministério das Relações Exteriores.
O período de retenção do turista no aeroporto não pode nunca ultrapassar as 48 horas. Durante esse tempo, você tem direito a alimentação, água, banheiro e acessar seus meios de comunicação. Ao final da retenção, todos os seus documentos devem ser devolvidos, independentemente de você ser liberado ou ter de retornar ao Brasil.
Neste artigo, vimos seis dicas de como proceder na hora de passar pela imigração em viagens ao exterior, desde o comportamento durante a espera e a conversa com o agente da imigração até os documentos necessários para a entrada tranquila no país.
Um dos requisitos mais importantes para garantir a sua calma ao embarcar é o seguro de viagem que, inclusive, é obrigatório em vários países. Confira nosso post especial com tudo o que você precisa saber sobre esse serviço.